quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Os Mistérios de Baphomet Parte III



Blavatsky ainda relaciona Baphomet com Azazel, o bode expiatório do deserto, de acordo com a Bíblia Cristã, cujo sentido original – segundo a célebre ocultista russa – foi deploravelmente deturpado pelos tradutores das Sagradas Escrituras.


Blavatsky ainda explica que Azazel vem da união das palavras Azaz e El, cujo significado assume a forma de um interessante “Deus da Vitória”.

Não obstante a esta definição, em seus preceitos, Blavatsky vai além, quando equipara Baphomet – O Bode Andrógino de Mendes - ao puro Akasha, a Primeira Matéria da Obra Magna.


Em meio a tantas referências, não podemos deixar de mencionar a curiosa tese que diz ser o vocábulo Baphomet nada mais do que uma simples corruptela francesa para o nome Mahomet.

Tal conjectura, sustentada por Mackey, vem em encontro com a suposição de que os Templários estariam sob influência das doutrinas islâmicas, conseqüência de suas freqüentes incursões no oriente por ocasião das Santas Cruzadas.

No entanto, como bem lembrado por Mackenzie, esta suspeita entraria em franco conflito com a premissa Templária de combate a fé Islâmica.

Há de se ressaltar ainda que a religião islâmica não adota a prática de venerar ídolos, o que representaria uma contradição, considerando que Baphomet fosse de fato um ídolo adorado pelos Templários.


Considerando que a palavra Baphomet possua raízes árabes, especula-se também que ela seja a corruptela de Abufihamat (ou ainda Bufihimat, como pronunciado na Espanha), expressão moura para “Pai do Entendimento” ou “Cabeça do Conhecimento”.

Se nos lembrarmos das acusações movidas contra os Templários, de que eles adoravam uma “Cabeça”, veremos nesta hipótese algo plausível de ser aceito.
Apesar de todas as alusões até aqui feitas, a figura de Baphomet que se tornou mais famosa, servindo de principal referência para os ocultistas atuais, é mesmo aquela cunhada no século XIX pelo Abade Alfonse Louis Constant, mais conhecido pelo nome Eliphas Levi Zahed, ou simplesmente Eliphas Levi.


De acordo com a descrição do Abade, publicada pela primeira vez em 1854, a imagem de Baphomet, o Bode de Mendes ou ainda o Bode do Sabbath, é feita do seguinte modo:

Figura panteística e mágica do absoluto. O facho colocado entre os dois chifres representa a inteligência equilibrante do ternário; a cabeça de bode, cabeça sintética, que reúne alguns caracteres do cão, do touro e do burro, representa a responsabilidade só da matéria e a expiação, nos corpos, dos pecados corporais.


As mãos são humanas para mostrar a santidade do trabalho; fazem o sinal do esoterismo em cima e em baixo, para recomendar o mistério aos iniciados e mostram dois crescentes lunares, um branco que está em cima, o outro preto que está em baixo, para explicar as relações do bem e do mal, da misericórdia e da justiça.


A parte baixa do corpo está coberta, imagem dos mistérios da geração universal, expressa somente pelo símbolo do caduceu.

O ventre do bode é escamado e deve ser colorido em verde; o semicírculo que está em cima deve ser azul; as pernas, que sobem até o peito devem ser de diversas cores.

O bode tem peito de mulher e, assim só traz da humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, isto é, os sinais redentores.


Na sua fronte e em baixodo facho, vemos o signo do microcosmo ou pentagrama de ponta para cima, símbolo da inteligência humana, que colocado assim, em baixo do facho, faz da chama deste uma imagem da revelação divina. Este panteus deve ter por assento um cubo, e para estrado quer uma bola só, quer uma bola e um escabelo triangular.

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